Programa quer valorizar produtos regionais no Paraná

 

Publicado em: 22/02/2022 15:10

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Programa quer valorizar produtos regionais no Paraná

VRS Mata Atlântica – Litoral Paraná. Foto: Geraldo Bubniak/AEN.

O objetivo é estimular a sustentabilidade ambiental, social e econômica por meio de uma certificação de qualidade

Por: Larissa Santin

Inspirado em experiências já implantadas na Alemanha e no Japão, o programa Vocações Regionais Sustentáveis foi lançado como uma alternativa para a retomada econômica do estado do Paraná pós-pandemia. O objetivo é incentivar as cadeias de valor e abrir mercados para produtos típicos paranaenses, produzidos de forma sustentável e tradicional.

O projeto tem como base a iniciativa “One Village, One Product”, desenvolvida pela JICA (Japan International Cooperation Agency), Agência Japonesa de Cooperação Internacional e a metodologia “Value Links-B”, desenvolvida pela GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit), Agência Alemã de Cooperação Internacional.

A primeira fase de pesquisa consistiu em enumerar os locais e produtos regionais com potencial de mercado, também analisando o potencial de inovação. O setor de alimentação e turismo demonstraram ter grande valor para a retomada econômica do estado. Integrados com a produção local e sustentável, o projeto pretende também fortalecer as relações sociais, culturais e ambientais.

O diálogo com as comunidades e o setor produtivo, público-alvo do projeto, foi realizado para entender as demandas e criar estratégias para valorização dos produtos paranaenses.

As experiências

O projeto já foi iniciado em algumas cidades. Em agosto de 2021, Campo Mourão, cidade localizada no centro-oeste do Paraná, foi identificada como uma região de potencial para negócios voltados à tecnologia. A ideia é produzir produtos hospitalares e eletro médicos, como aparelhos de raio-x e hemodiálise – produtos resultantes de inovações locais. A Invest Paraná, agência do governo estadual responsável por prospectar oportunidades de investimento para o estado, fornece apoio para desenvolvimento dos produtos e inserção dos mesmo no mercado nacional e internacional.

Ainda em agosto de 2021, em São José do Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, foi desenvolvido um trabalho com os agricultores do entorno da Bacia do Miringuava. A construção de uma nova barragem auxiliará os produtores na transição da produção local para negócios sustentáveis, valorizando a cultura e os produtos locais.

Em outubro de 2021 foi a vez de Antonina, Morretes e Guaraqueçaba integrarem o projeto. Os conceitos “turismo de natureza”, “base comunitária” e “produtos regionais” foram o foco o trabalho. A 1.ª Oficina de Integração do projeto Vocações Regionais Sustentáveis (VRS) Mata Atlântica, contou com a participação de mais de 50 produtores locais. Para a realização do evento, foram realizados encontros com as comunidades, os protagonistas da ação, que contribuíram na organização da 1.ª Feira Integrada de Produtos da Mata Atlântica.

O apoio e parceria de instituições nacionais e internacionais é fundamental para o sucesso do projeto. A oficina teve apoio e patrocínio do Fonplata, banco multilateral de desenvolvimento dos países da Bacia do Prata, formado pela Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Com base nas experiências internacionais, foram definidos seis produtos e segmentos com potencial de investimento e de beneficiação. São eles: banana, pupunha, mandioca, juçara, cachaça e artesanato. Os dois últimos são trabalhados dentro das operações de turismo. Essa é uma pré análise realizada pela agência de desenvolvimento do estado. Os produtos podem ser alterados de acordo com as discussões com a comunidade e os produtores locais.

Durante a oficina, os professores, técnicos e consultores atuaram na propagação de informações e elucidação de dúvidas sobre questões como regularizações, acesso a recursos, financiamentos, seguros, planos diretores, exportação de produtos, entre outros.

Em dezembro de 2021, os produtores paranaense de erva-mate participaram do 10.º Fórum Institucional da Cadeia Produtiva da Erva-Mate, no câmpus da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) em Irati, no Centro-Sul do Estado, para entender de que forma o projeto poderia beneficiá-los. O objetivo é estimular a sustentabilidade ambiental, social e econômica por meio de uma certificação de qualidade do produto. Para tal, o estado oferece apoio em pesquisa, prospecção de novos mercados, desenvolvimento tecnológico, além de promover acesso aos produtores a oficinas de capacitação para saber como exportar seus produtos.

Estações de apoio aos turistas

Michi no Eki é um modelo de estruturas à beira de estradas, no Japão, que está espalhado pelo país todo, com o objetivo de valorizar os produtos locais e para receber e oferecer apoio a viajantes e turistas. A estação deve ter um projeto arquitetônico único, localizado em um ponto turístico e que reflita a cultura da região. O modelo foi importado por meio da relações do estado do Paraná com a província de Hyogo, no Japão.

Jornalista - Larissa Santin